Fotoproteção

O FPS é uma medida de proteção contra radiação UVB, que pode ser traduzida clinicamente da seguinte maneira: uma pessoa que apresenta vermelhidão na pele apos 10 minutos de exposição solar, quando em uso de um filtro com FPS 8, vai apresentar este vermelhidão com 80 minutos. É uma medida realizada em laboratório, aplicando uma quantidade fixa de filtro solar sobre a pele, igual a 2 mg/cm2. Porém, em media, os consumidores aplicam 0,5 a 1mg / cm2.

O uso de um filtro com FPS 15 confere uma fotoproteção de 93,3%, porém, em conseqüência da aplicação de uma camada bem mais fina que a recomendada, resultando numa fotoproteção real de metade do FPS indicado.
Portanto, para uso diário, recomenda-se o uso de um FPS 30, mas que também apresente proteção contra radiação UVA, especificada nos rótulos através da medida do IPD ou do PPD.

Em situações de maior exposição, orienta-se o uso de um filtro solar com FPS 30 ou mais alto, dependendo do tipo de pele. Pessoas com peles sensíveis, classificadas como fototipo I e II devem utilizar filtros com FPS 50 / 60, pois apresentam uma produção menor de melanina quando expostas ao sol, estando mais propensas a queimaduras solares, ao fotoenvelhecimento, e ao desenvolvimento de lesões pré-cancerosas e câncer de pele. Netas situações é muito importante a utilização de filtros solares de amplo espectro, ou seja, proteção ampla contra radiação UVB e UVA; uso de chapéu, roupas fotoprotetoras e evitar exposição entre 10:00 e 14:00h (quando a sua sobra é menor que sua altura). Lembrar de aplicar o filtro 30 minutos antes da exposição solar (para que ele possa fazer um filme sobre a pele), e reaplicar a cada 2 horas de exposição, ou apos o mergulho.

Indivíduos de pele clara, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos são classificados como fototipo I e II, têm uma baixa quantidade de melanina na pele, e como consequência podem apresentar uma série de alterações relacionadas a exposição solar crônica na pele exposta. Já indivíduos com a pele mais bronzeada ou negra, cabelos e olhos escuros (fototipos III a VI), apresentem uma maior quantidade de melanina na pele, o que confere uma fotoproteção natural, tornando-os menos suscetíveis ao dano secundário à exposição solar crônica. Existe uma variação considerável entre os indivíduos nos seis fototipos, na capacidade genética de bronzear como resposta à exposição a radiação UV. Quanto mais alto o fototipo, maior a capacidade de bronzear.
Desta maneira, de forma geral, fototipos I e II devem fazer uso de filtro solar com FPS 50+; fototipo III devem usar FPS maior ou igual a 30; fototipo IV e V um FPS 30, e fototipo I pelo menos FPS 15.


  • Hoje existem diversas apresentações de filtro solares associados a fatores anti-idade disponíveis no mercado.
  • Existem apresentações associadas ao Ácido Hialurônico, que tem ação hidratante e preenchedora de pequenas linhas.
  • A associação a vitaminas A, C e E tem ação anti-oxidante, interessante na redução dos radicais livres produzidos pela ação da radiação ultra-violeta, responsável pelo dano cutâneo.
  • A associação dos filtros com Vitamina C 5%, além da ação anti-oxidante, também gera estímulo para produção de fibras colágenas, agente importante no tratamento do fotoenvelhecimento.

As crianças devem usar filtro solar a partir dos 6 meses de idade, pois não existem estudos que demonstrem a segurança do uso de filtros antes desta idade. Antes dos 6 meses as crianças devem se proteger com uso de roupas, boné e sombra.
Os filtros solares de escolha para uso em crianças de até 2 anos de idade são os chamados filtros físicos, ou seja, aqueles a base de óxido de zinco e óxido de titânio. São geralmente denominados baby, infantil ou filtro mineral. Podem e devem ser utilizados em crianças após os 2 anos de idade, pois são hipoalergênicos, não ardem quando em contato com os olhos, e são mais resistentes à água.

As mulheres grávidas devem ter um cuidado maior no que diz respeito a exposição solar. É um momento onde ocorre um aumento de hormônios como estrógeno e progesterona favorecendo o aparecimento do Melasma; do MSH (hormônio que estimula a melanogênese) e do GH (hormônio de crescimento), que favorecem o aparecimento de manchas e crescimento dos nevos, principalmente quando associado a exposição solar.
Portanto recomenda-se evitar exposição solar durante a gestação, e fazer uso de uma fotoproteção diária com FPS 50+.

Isso vai depender do FPS presente no hidratante ou na maquiagem, e do espectro de proteção UVA / UVB do produto.

As maquiagens com FPS costumavam ter um fator de proteção menor pois o primeiro objetivo era maquiar. Hoje, existem pós-compactos destinados ao tratamento dermatológico que podem dar maior cobertura nas faixas UVA e UVB, além da proteção na faixa da luz visível, que é um dos temas mais relevantes no momento.

Protetores solares em forma de base, são cosméticos que, além da sua característica normal, têm na formulação pigmentos capazes aumentar a proteção, principalmente na faixa do radio UVA longo e da luz visível, que hoje sabemos interferem no processo de pigmentação, como no melasma e na hipercromia pós-inflamatória. A tecnologia aplicada nestes cosméticos vai além de oferecer coloração à maquiagem, porque os pigmentos da formulação também oferecem proteção.

No uso diário recomenda-se uma aplicação do filtro solar pela manhã e reaplicação na hora do almoço, com exceção para aqueles indivíduos com melasma ou doenças fotosensíveis, que devem reaplicar pelo menos a cada 3 horas, mesmo quando em ambientes fechados, pois sabemos que a exposição a luz branca artificial também pode ser prejudicial.

Em situações de exposição ao ar livre, lembrar de aplicar o filtro 30 minutos antes da exposição solar (para que ele possa fazer um filme sobre a pele). Uma reaplicação apos 20 minutos confere uma camada mais espessa de filtro sobre a pele, mais próxima da recomendada pelos laboratórios, e garante que nenhuma área ficou sem filtro solar.


  • Durante a exposição recomenda-se reaplicar a cada 2 horas de exposição, apos o mergulho ou atrito coma toalha. Filtros resistentes a água resistem a 40 minutos de submersão, e filtros muito resistentes à água resistem a 80 minutos de submersão; depois disso devem ser reaplicados.
  • Da mesma maneira os lábios devem ser protegidos, pois também são alvo de lesões causadas pela exposição solar crônica, como lesões actínicas, e de lesões causadas pela infecção pelo herpes simples, que pode ser desencadeadas pela exposição solar mais intensa.
  • Várias condições oftalmológicas são secundárias a exposição crônica a radiação UV e a luz visível, como ceratites e degeneração macular secundária ao envelhecimento. Recomenda-se o uso de óculos de sol com lentes com filtro UV que protegem os olhos da radiação UV e da luz visível.

O gel é um veículo que confere uma sensação de frescor, ideal para peles oleosas, de fácil remoção. Não é indicado para pessoas de pele seca ou sensível.
Encontrados nas formas oleosa, aquosa e alcoólica. As oleosas possuem as mesmas características de um óleo, porém deixam um filme mais denso sobre a pele, repelindo a água. Já as aquosas são fáceis de aplicar, deixando um filme seco e transparente sobre a pele. Não possibilitam obtenção de altos FPS e repelência à água, exigindo reaplicações constantes. Os alcoólicos são fáceis de aplicar, mantendo um filme seco e transparente sobre a pele. Permitem FPS um pouco mais alto que os géis aquosos e repelência à água.

O creme é um veículo mais popular, de baixo custo, fácil aplicação e incorpora múltiplos filtros solares, diferente do gel, pois os filtros solares são substâncias lipofílicas, ou seja, têm afinidade pelo óleo, em maior quantidade nos cremes. Deixam um filme uniforme sobre a pele além de possibilitar repelência à água.

Geralmente, os bronzeadores possuem um FPS menor, ou até mesmo nenhum FPS, e são associados a ingredientes como beta-caroteno, urucum, óleo de cenoura ou de tomate, que agem como corantes naturais na pele, intensificando ainda mais a cor do bronzeado natural, sendo encarados como "aceleradores do bronzeado". Porém o produto aplicado não tem efeito no melanócito e não estimula o aumento da produção de melanina; desta maneira o bronzeado resultante não tem uma ação fotoprotetora contra UVA / UVB. O uso de bronzeadores não é aconselhado pois gera uma maior exposição solar, sem a fotoproteção adequada.